sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Para a minha avó

Ontem, hoje, amanhã... apenas sei que o tempo passa porque ouço as minhas lágrimas embater no chão, compassadamente, contando os segundos que se vão. De resto, tudo é igual. Cada momento vivido no tédio a que gradualmente me começo a acostumar.

Os pássaros calaram-se (ou pelo menos não os quero ouvir),
o arco-íris já não pinta o céu depois de uma tempestade (ou pelo menos não o quero ver),
as flores já não enchem o ar da sua deliciosa fragrância (ou pelo menos não a quero cheirar)...
Perante um mundo tão triste, tão vazio, certamente me sentiria só.
Só não me sinto assim porque a tenho a si, avó (e não a quero perder por nada neste mundo).

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