Sentia que o tempo escapava por entre os seus dedos. Ouvia os segundos a passar impiedosamente, em conjunto com a chuva que caía nessa noite tenebrosa. A sua pulsação ecoava nas paredes do quarto em que se encontrava... era uma sinfonia de morte, sentia-a como se se tratasse de um funeral antecipado. Mas já lhe faltava pouco. Naquela que sabia ser a sua última inspiração desenhou no papel uma última palavra. No ponto final expirou uma última vez e morreu, deixando a sua cabeça embater violentamente na secretária. O seu último pensamento foi para a palavra "amor"...No futuro, lendo o texto que escreveu, dirão que estava inspirado. Pobres imbecis! Não compreenderão nunca que sem essa ultima inspiração não teria havido a última expiração e o poeta nunca teria expirado. Os profissionais de medicina forense jamais irão identificar o verdadeiro assassino, pois o amor nunca deixa impressões digitais.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário