sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Para os meus pais

Ontem ou antes de ontem, (não me lembro)

Certamente algures no passado,

Ouvi um pássaro cantarolar, baixinho mas melodioso.

Abri a janela para o ouvir melhor

E, sem querer, com uma pancada surda, fi-lo cair do parapeito em direcção ao chão distante.

À medida que caía, o pássaro prosseguia com o seu doce cantar

Priiii-pri-piuuu-piu-piu

E no meu coração abria-se um enorme vazio…

Eu havia morto o pássaro!

(ainda não, mas ele caía, inocentemente, para a morte certa)

Tinha destruído aquilo que de mais belo na minha vida havia:

Um ser feliz, dos poucos que ainda existem,

Enchendo o ar de belas notas musicais, de um cantar único,

Um cantar que ninguém consegue ou deseja decorar.

Belo simplesmente por ser efémero.

Hoje o pássaro está morto.

No entanto, neste momento, ainda sou capaz de o ouvir,

Cantarolando, baixinho mas melodioso

Prii-pri-priiiii-piiu-piu-piuuuu

Assim canta o pássaro morto,

Morto, o pássaro ainda hoje canta

Canta e volta a cantar

E a minha vida permanece bela,

Pois o seu cantarolar acompanhar-me-á para todo o sempre,

Baixinho mas melodioso,

Uma deliciosa música que eu guardei na minha memória.

A vida é feita do presente

E o futuro criado com base em passados…

Lembremos ontem apenas para melhorar o amanhã.
O que interessa é agora (e não foi ou será).

O que interessa é!

Obrigado queridos pais por terem sido o meu belo pássaro cantante, enchendo a minha vida de alegrias. Este ano que passou foi sem dúvida difícil para nós todos, mas o pior já passou. Vocês mantiveram-me acordado quando apenas queria fechar os olhos e dormir… dormir… Espero algum dia poder retribuir todo o amor que me dão. Feliz Natal!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Para a minha avó

Ontem, hoje, amanhã... apenas sei que o tempo passa porque ouço as minhas lágrimas embater no chão, compassadamente, contando os segundos que se vão. De resto, tudo é igual. Cada momento vivido no tédio a que gradualmente me começo a acostumar.

Os pássaros calaram-se (ou pelo menos não os quero ouvir),
o arco-íris já não pinta o céu depois de uma tempestade (ou pelo menos não o quero ver),
as flores já não enchem o ar da sua deliciosa fragrância (ou pelo menos não a quero cheirar)...
Perante um mundo tão triste, tão vazio, certamente me sentiria só.
Só não me sinto assim porque a tenho a si, avó (e não a quero perder por nada neste mundo).

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Há coisas piores


Always look on the bright side of life!!!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Guilty Pleasure


Amanhã é dia de revelar os meus "guilty pleasures". Para já fica aqui uma "sneak-peak"...

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Amor (II)

Porque o amor só serve para partir corações, porque percebi que já passou a minha vez de amar, porque o mundo era mais fácil se tudo se resumisse à simples rotina do quotidiano, porque já me secaram as lágrimas e não posso chorar mais, porque me sinto perdido e sem força, porque perdi a vontade de continuar a lutar,

Porque te perdi, meu amor, deixei-te escapar!

Por tudo isto te dedico este meu texto e neste dia te dou os parabéns, na esperança de que perçebas que a ti entrego a minha alma...

domingo, 12 de setembro de 2010


"Nascer? Nascer é morrer..."



José Saramago, "Memorial do Convento"

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Para ser grande, sê inteiro: Nada
teu exagera ou exclui
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
no mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive

Ricardo Reis

domingo, 18 de julho de 2010

O plano da criação segundo Miró

"O ponto de partida é totalmente irracional, brutal, inconsciente: ajo como um animal (...)" Joan Miró

terça-feira, 13 de julho de 2010

Algodão-doce

Passei a considerar-me poeta quando desejei provar uma nuvem para ver se sabia a algodão-doce.

O Sangue do Poeta


O sangue do poeta não é vermelho. O sangue do poeta também não é azul. O sangue do poeta nem sequer é sangue: O seu sangue são lágrimas da sua alma que chora incessantemente.
O poeta vive para morrer.

O prisioneiro


Sou prisioneiro de mim mesmo. É como se me escondesse na minha própria sombra, sem poder controlar os meus movimentos. Estou preso... apenas à noite me sinto livre.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Eclipse


Quando te vejo todo o mundo desaparece: o sol esconde-se, escurece sem que noite seja.
O teu olhar apenas pode ser comparado à beleza de um eclipse. O tempo pára e as leis da Física são esquecidas durante uns segundos... tudo perde importância e palavra alguma poderá descrever o que sinto quando te tenho por perto. É como se balouçasse no espaço vazio, perdido simplesmente por te ter encontrado.

sábado, 10 de julho de 2010

The Shinning


A minha gata tenta decidir qual irá ser o vencedor da final do Mundial de futebol em curso na África do Sul:

- Neste primeiro vídeo (com má qualidade) ela acaba por não escolher nem uma equipa nem outra... opta por se lamber, o que permite concluir que será um empate.

- Neste segundo vídeo (com melhor qualidade) a minha gata escolhe a Holanda como vencedora.

Deste modo podemos concluir que o jogo irá acabar empatado, mas a Holanda irá ganhar no prolongamento ou penáltis. A ver vamos.

PS: a gata vidente tem o seguinte nome: Batik.
Edit: afinal a minha gata não escolheu o vencedor da final. Ao contrário do polvo, ela escolhe a equipa perdedora. O próximo teste será a supertaça Cândido Oliveira, disputada pelo Porto e Benfica.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Lua


És mais uma vagabunda na imensidão do universo.

Cada covinha na tua face deixa-me deslumbrado.

À tua beleza dedico este verso...

só de olhar para ti esqueço o meu triste fado.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Beleza


A beleza está no interior de cada um. Nunca se percam... ouçam-se a vocês e sejam surdos e cegos para o espelho.

Beauty kills.

Nas nuvens


Hoje aprendi a voar. Sentei-me numa nuvem e aí fiquei a pensar em ti, até ao fim dos meus dias. Assim se morre de amores...

Solidão


Nesta infinita solidão, as lágrimas são as minhas únicas confidentes. Apenas elas me beijam as faces, carinhosa e parasiticamente.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Respiração

Sentia que o tempo escapava por entre os seus dedos. Ouvia os segundos a passar impiedosamente, em conjunto com a chuva que caía nessa noite tenebrosa. A sua pulsação ecoava nas paredes do quarto em que se encontrava... era uma sinfonia de morte, sentia-a como se se tratasse de um funeral antecipado. Mas já lhe faltava pouco. Naquela que sabia ser a sua última inspiração desenhou no papel uma última palavra. No ponto final expirou uma última vez e morreu, deixando a sua cabeça embater violentamente na secretária. O seu último pensamento foi para a palavra "amor"...No futuro, lendo o texto que escreveu, dirão que estava inspirado. Pobres imbecis! Não compreenderão nunca que sem essa ultima inspiração não teria havido a última expiração e o poeta nunca teria expirado. Os profissionais de medicina forense jamais irão identificar o verdadeiro assassino, pois o amor nunca deixa impressões digitais.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Manifesto

Calem-se e ouçam-me! Estou farto! Estou cansado da atitude de passividade com que sou presenteado por um sem-número de Dalai Lamas… Estou farto! Ponto.
Nesta lixeira que habito, e que com orgulho chamo de lar, há lixo tão desprezível, tão repugnante, tão mal-cheiroso, tão nojento, com um cheiro tão forte… que me deixa sem norte e me impede de escrever de um modo decente! Fora com os Dalai Lamas! Fora com aqueles que preferem estar calados a dar uma boa bofetada a quem merece. Gritem comigo! Estou farto! Ponto.
Todos temos de ouvir (quase diariamente) gente que diz mal do espaço que nos rodeia: “Este país é um nojo!” Ou “Isto só em Portugal!”, entre outras bestialidades que tais. Pois bem, é com porcaria deste calibre que Portugal se recheia. É assim que tantos portugueses preenchem as suas mentes. E é por causa disto que eu sinto que vivo numa bela lixeira! Fora com os que abrem a boca para dizer asneira! Estou farto! Ponto.
Mas pior que os que dizem mal de tudo, pior até que os que nada dizem, são aqueles que dizem o que não pensam só para dizer o que os outros querem ouvir. Calem-se! Calem esses bajuladores, essas mulas de carga, essas lapas, esses limpa-fundos! Calem-se e pronto! Fora com os que querem imitar Camões mas que andam com as calças rotas nos joelhos! Estou farto! Ponto.
E para não maçar mais estes frágil país de donzelas, habitado por gente que não fala, gente que diz asneira e gente que gosta de “lamber botas”, vou acabar com este manifesto. Vou-me calar! Ponto.
Agora falem vocês…

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Amor

Existem muitas maneiras de dizer que te amo. Esqueço-me de todas elas quando estou perto de ti.

O Cego

Viveu toda a sua vida de olhos fechados, julgando-se cego. No dia em que os abriu, desejou sê-lo realmente.

O Poeta

Diziam que o seu maior desejo era morrer por afogamento nas suas próprias lágrimas. Diziam que era louco... Tudo porque, estranho ao comum dos mortais que passeia cães, o poeta divaga, introspectivo, passeando palavras.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

2010

Como o tempo voa. Cada vez mais rápido.
Que este 2010 não se sinta sequer... ou pelo menos que não magoe.
Que durem apenas os sorrisos e que as lágrimas passem por chuva miudinha que cai sem molhar sequer...

Feliz 2010