sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Epopeia ao amor

(texto com versos decassilábicos com predomínio dos decassilábicos heróicos, acentuados na 6ª e na 10ª sílabas)

Escorriam-mas assim por minha face
Sozinhas (não que Ele assim desejasse)
Gotas belas da droga de um druída
Feita de Rosa murcha, destruída.
Dai-me dessa poção a que a todos serve,
fogo que não arde mas cá dentro ferve.
Meu frágil coração cheio de tão pouco,
Sem ti fica com nada e eu fico louco.

Não és pedra nem metal (do precioso)
És o mar que divaga receoso.
Não és ser com corpo nem ser feito de alma.
Talvez sejas o vento na noite calma?
Certo é que és terra que o sol não esquece
És divino. Pedi-te em minha prece.
Tens nome simples mas és complicado.
Dizem que és Amor, eu digo que és Fado.


Esquema rimático: AABBCCDD

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Princípio, Meio e... fim (?)

(texto com versos decassilábicos com predomínio dos decassilábicos heróicos, acentuados na 6ª e na 10ª sílabas)

No bosque do vazio, tudo era nada.
Sorrindo ás flores, no meio uma estrada
Com princípio e meio, mas não acabava.
Caminhei, indo ao som da incerteza de meu
destino triste. (Procurei o tal céu)
O sol fugia com medo do seu fim.
Desisti, caí, quis chorar... enfim
Chorei. O céu estava triste sem razão.
Olhei e analisei, vi meu coração.
O caminho chegara ao fim, eu ainda não.

Qualquer correcção ou crítica construtiva em relação ao texto são bem-vindas.
Vi o orgulho de ser Português ser espalhado de uma forma divina, por um homem de nome Luís Vaz de Camões. A genialidade da sua escrita inspirou-me a navegar por águas até então desconhecidas por mim. Criei então um poema com versos decassilábicos com predomínio dos decassilábos heróicos (dez sílabas métricas em cada verso, sendo a sexta e a décima acentuadas tónicamente) e com o esquema rimático: ABABCCDCD, ao qual ainda não dei nenhum título:

As estrelas brilhavam tão distantes.
Caminhei como nunca caminhara.
Esqueci meu cansaço, não olhei p'ra antes.
- Não me travarão! Nem Deus me travara!
Poucos passos faltavam. Não ia parar.
Dei um passo... enchi meu peito com ar.
Dei mais um... este por quem amará.
Outro... por quem não se conseguiu amar.
Por fim cheguei... o que vier, será...



Eu escrevo para as palavras dizerem os meus segredos. Pois dentro das palavras meu ser floresce.

"Cantando espalharei por toda a parte/Se a tanto me ajudar o engenho e arte"- Os Lusíadas, Luís Vaz de Camões (editado em 1572)