terça-feira, 13 de julho de 2010

O Sangue do Poeta


O sangue do poeta não é vermelho. O sangue do poeta também não é azul. O sangue do poeta nem sequer é sangue: O seu sangue são lágrimas da sua alma que chora incessantemente.
O poeta vive para morrer.

O prisioneiro


Sou prisioneiro de mim mesmo. É como se me escondesse na minha própria sombra, sem poder controlar os meus movimentos. Estou preso... apenas à noite me sinto livre.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Eclipse


Quando te vejo todo o mundo desaparece: o sol esconde-se, escurece sem que noite seja.
O teu olhar apenas pode ser comparado à beleza de um eclipse. O tempo pára e as leis da Física são esquecidas durante uns segundos... tudo perde importância e palavra alguma poderá descrever o que sinto quando te tenho por perto. É como se balouçasse no espaço vazio, perdido simplesmente por te ter encontrado.

sábado, 10 de julho de 2010

The Shinning


A minha gata tenta decidir qual irá ser o vencedor da final do Mundial de futebol em curso na África do Sul:

- Neste primeiro vídeo (com má qualidade) ela acaba por não escolher nem uma equipa nem outra... opta por se lamber, o que permite concluir que será um empate.

- Neste segundo vídeo (com melhor qualidade) a minha gata escolhe a Holanda como vencedora.

Deste modo podemos concluir que o jogo irá acabar empatado, mas a Holanda irá ganhar no prolongamento ou penáltis. A ver vamos.

PS: a gata vidente tem o seguinte nome: Batik.
Edit: afinal a minha gata não escolheu o vencedor da final. Ao contrário do polvo, ela escolhe a equipa perdedora. O próximo teste será a supertaça Cândido Oliveira, disputada pelo Porto e Benfica.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Lua


És mais uma vagabunda na imensidão do universo.

Cada covinha na tua face deixa-me deslumbrado.

À tua beleza dedico este verso...

só de olhar para ti esqueço o meu triste fado.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Beleza


A beleza está no interior de cada um. Nunca se percam... ouçam-se a vocês e sejam surdos e cegos para o espelho.

Beauty kills.

Nas nuvens


Hoje aprendi a voar. Sentei-me numa nuvem e aí fiquei a pensar em ti, até ao fim dos meus dias. Assim se morre de amores...

Solidão


Nesta infinita solidão, as lágrimas são as minhas únicas confidentes. Apenas elas me beijam as faces, carinhosa e parasiticamente.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Respiração

Sentia que o tempo escapava por entre os seus dedos. Ouvia os segundos a passar impiedosamente, em conjunto com a chuva que caía nessa noite tenebrosa. A sua pulsação ecoava nas paredes do quarto em que se encontrava... era uma sinfonia de morte, sentia-a como se se tratasse de um funeral antecipado. Mas já lhe faltava pouco. Naquela que sabia ser a sua última inspiração desenhou no papel uma última palavra. No ponto final expirou uma última vez e morreu, deixando a sua cabeça embater violentamente na secretária. O seu último pensamento foi para a palavra "amor"...No futuro, lendo o texto que escreveu, dirão que estava inspirado. Pobres imbecis! Não compreenderão nunca que sem essa ultima inspiração não teria havido a última expiração e o poeta nunca teria expirado. Os profissionais de medicina forense jamais irão identificar o verdadeiro assassino, pois o amor nunca deixa impressões digitais.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Manifesto

Calem-se e ouçam-me! Estou farto! Estou cansado da atitude de passividade com que sou presenteado por um sem-número de Dalai Lamas… Estou farto! Ponto.
Nesta lixeira que habito, e que com orgulho chamo de lar, há lixo tão desprezível, tão repugnante, tão mal-cheiroso, tão nojento, com um cheiro tão forte… que me deixa sem norte e me impede de escrever de um modo decente! Fora com os Dalai Lamas! Fora com aqueles que preferem estar calados a dar uma boa bofetada a quem merece. Gritem comigo! Estou farto! Ponto.
Todos temos de ouvir (quase diariamente) gente que diz mal do espaço que nos rodeia: “Este país é um nojo!” Ou “Isto só em Portugal!”, entre outras bestialidades que tais. Pois bem, é com porcaria deste calibre que Portugal se recheia. É assim que tantos portugueses preenchem as suas mentes. E é por causa disto que eu sinto que vivo numa bela lixeira! Fora com os que abrem a boca para dizer asneira! Estou farto! Ponto.
Mas pior que os que dizem mal de tudo, pior até que os que nada dizem, são aqueles que dizem o que não pensam só para dizer o que os outros querem ouvir. Calem-se! Calem esses bajuladores, essas mulas de carga, essas lapas, esses limpa-fundos! Calem-se e pronto! Fora com os que querem imitar Camões mas que andam com as calças rotas nos joelhos! Estou farto! Ponto.
E para não maçar mais estes frágil país de donzelas, habitado por gente que não fala, gente que diz asneira e gente que gosta de “lamber botas”, vou acabar com este manifesto. Vou-me calar! Ponto.
Agora falem vocês…